"Terça Feira, 23:15, 24 de Junho de 2008... é verdade, o tempo não parou. Antes tivesse parado. Parado naquele momento único que ficou guardado pra sempre nas lembranças, nada mais. Mesmo que tenha sido apenas uma ilusão de compreensão, de carinho, de um aconchego, queria que tivesse parado, pois alimentaste minhas esperanças, que agora se foram, para nunca mais voltar. O relógio corre devagar agora na solidão, na falta de ti. Sinto que teria sido melhor ter deixado o sentimento guardado comigo, sendo exposto somente por lágrimas, canções ou meros textos íntimos. Não sei qual foi meu erro, nem sei ao menos se errei ou é mais uma impressão. Talvez isso tudo seja “apenas mais uma de amor...” creio que não. As fotos me remetem a algo que, em momentos, quero esquecer, quero fingir que nunca existiram. Mas noutros momentos quero levar meus sentimentos àqueles momentos e quero deixá-los lá, para que adormeçam em paz e felizes. Tudo está tão diferente entre nós, será minha culpa? Os risos não têm mais sentido, a felicidade é passageira, é rápida, pois logo vem a dor, o vazio. Quem dera pudesse parar o tal do tempo agora! Sem motivo, sem razão. Apenas para que não vejam as lágrimas escorrendo, o corpo estremecendo, a base cedendo. Nada mais a oferecer, ninguém para contar, apenas uma sala fria e distante na qual posso sofrer, sem que me vejam. Já é tarde, farei o de costume: deitarei a cabeça em meu travesseiro, nos 15 minutos que antecederão o sono pensarei em tudo que deveria ter esquecido e enfim tentarei dormir mais uma vez com a sensação de estar só, sem ti."
Estranho como isso faz sentido até hoje.
